segunda-feira, julho 05, 2010

A benção

Aborrece-me abordar de novo o tema, já que poderá melindrar colegas com os quais mantenho boas relações. Ao identificá-los como tal estou, parece, a entrar em contradição com o que exporei:
-Foi realizado o "Encontro Nacional de Advogados de Empresa", óbviamente na capital. Busquei no programa alguma referência à profissão liberal que é paradigma da actividade que eu e milhares abraçamos. Nem por indução!
Poderá um licenciado em direito ser consultor juridico de uma empresa, receber um salário e estar adstrito às instruções da sua entidade patronal ? Não tenho dúvidas de que sim e até é desejável que as instituições tenham nos seus quadros pessoal com formação juridica superior.
Agora equipará-los a advogados seria no minimo necessário que aqueles quando estivessem em desacordo com as ordens dos seus patrões as não cumprissem e só recebessem remuneração mediante o serviço que prestassem. Conhecem algum que o tenha feito?
A benção que a Ordem deu no passado e parece dar no presente é no meu entender o caminho menos seguro para dignificar, palavra cara ao bastonário, a nossa profissão. Importaria à ordem receber menos quotas e menos contribuição para a "Caixa", mas contar com profissionais que sós ou em sociedade diáriamente lutam pelos interesses de quem os procura, sem saberem que remuneração vão receber do seu trabalho?
Existem questões que requerem mais do que tudo recolocação, ou seja, compreendermos de uma vez por todas qual a nossa verdadeira identidade.
A avaliar pelo programa, desde logo resulta que foram escolhidos para padrinhos gente mediática, daquelas cujo perfil, tem o significado de aprovação. Não sei para quê. Afinal, o que é que atormenta os advogados de empresa? Até porque em caso de desemprego ainda poderão receber pelo respectivo fundo e...advogar!
josé fernando

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