segunda-feira, maio 17, 2010

As alheiras

As alheiras são conhecidas em quase todos os cantos deste país. Por sinal na maioria dos casos de fraca qualidade e na mesma proporção mal cozinhadas. O aproveitamento gastronómico que se faz delas é desastroso, revelando ignorância nos dois factores que enunciei. Em resumo a alheira é mal tratada a montante (confecção) e a juzante (cozinhada).
Mirandela era até há dias conhecida pela terra das alheiras que se podem encontrar em qualquer sitio e mesmo que não sejam de lá, é bom vendê-las como tal já que é preciso aproveitar a fama.
Aconteceu, porém que a "malta" estava farta de ser conhecida pelos enchidos e por uma azarada composição de caminho de ferro, pomposamente chamada de "metro" que parece não ter as boas graças dos "ferroviários " de Lisboa, dada a frequência com que sofre acidentes e em terra de pouca agitação, há que comprar umas leituras para passar o tempo. Nem todos gostam de ler clássicos ou os jornais do dia e eis que alguém compra "corajosamente" a Playboy e hesitando entre manter o anonimato e dar uma de coscuvilheira, não resistiu e lançou a infame novidade! A professora de D.Chama estava nua na revista.
As alheiras tremeram, o "metro" encolheu-se envergonhado até ao centímetro, o presidente da junta de freguesia clamou contra a desavergonhada que ensinava as suas criancinhas, o presidente da câmara levantou-se antes que lhe tirassem a cadeira.
As avós, as mães, as filhas e imagine-se até os pais mirandelenses ficaram ofendidos. Esta não estava à disposição como as mulheres de Bragança, vai daí é uma oportunidade para brilhar junto da familia! Sempre poderão comprar a revista e...passar-lhe os olhos. Não deve ofender ninguém? Ou ofende?
A professora foi suspensa de funções e o presidente da câmara voltou a sentar-se.
O país ficou com uma ideia de Mirandela que nada tem a ver com as provas de jet ski que ali são organizadas com o sucesso reconhecido.
Mirandela afundou-se na ignorância e no oportunismo de alguns (os suficientes) e não vai ser fácil por mais campanhas de marketing, dar-lhe uma imagem de gente que valha a pena conhecer e conviver, pois, a atitude tomada pertence a um Portugal que está mais que enterrado e que curiosamente ignorou os transmontanos deixando-os à sua sorte.
As alheiras por melhores que possam ser perderam o sabor.
josé fernando

Folclores

O vira, o corridinho e outras danças deixaram de ter o impacto que se pretende para entreter o povo, que há falta de melhor lá vai participando, melhorando a prestação se for acompanhado por um vinhito da região. Não, não se pense que o folclore acabou. Transformou-se nos últimos tempos em qualquer coisa de mais perigoso, porque mais insidoso, ou seja, o aproveitamento que é feito do futebol.
Os media conseguiram que as pessoas concentrassem a sua atenção em discussões inúteis sobre o jogo, contratando para o efeito advogados, médicos, autarcas, futebolistas e desempregados. Opinam horas a fio sobre os mesmos temas durante o ano, repetindo de forma patética o seu clubismo. O país entretem-se.
" Foi uma lição que deram ao mundo quando durante 24 anos, muitas vezes sozinhos, pelo direito à liberdade ". Quem proferiu estas palavras e quem as ouviu? Ora bem, pois foi Luis Filipe Vieira presidente do Benfica que as disse e José Ramos Horta presidente da República de Timor-Leste que as ouviu.
Que apoio deu Vieira ou o Benfica a Timor durante os citados 24 anos?
Poderá um presidente da república e por conseguinte um país, receber um presidente de um clube de futebol como se fosse um aliado por quem se tem um carinho especial?
Que independência e força politica terão os presidentes, sejam quais forem os países, que estão dispostos a "fazer folclore" na primeira oportunidade, mostrando exactamente o quê?
Estes acontecimentos credibilizam uns e infelizmente describilizam quem se deixa ir na "onda".

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